Por Aírles Almeida dos Santos
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Existem registros históricos de que Lampião e seus parceiros de cangaço (Luiz Pedro, Volta Seca, Quinta Feira, Ezequiel (Ponto Fino), Virgínio (Moderno), Corisco, Arvoredo, Ângelo Roque (Labareda), Mariano, Delicado e Zé Fortaleza (Fortaleza II)) passaram por Nossa Senhora da Glória, em 20 de abril de 1929. A ideia dessa chegada, que atraiu também a volante de Zé Rufino, provocou uma onda de pânico na população que temia saques e derramamento de sangue.
Bando de Lampião com o fotógrafo Benjamin Abrahão Botto
Segundo a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (IBGE, 1959), Nossa Senhora da Glória estava incluída entre as cidades que sofriam “quando as caatingas do sertão nordestino eram infestadas por grupos de ‘cangaceiros’ (...) e grande número das fazendas de gado do Município foram abandonadas pelos seus proprietários” (1959, p. 383).
Diferentemente do que encontramos no documento Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, relatos de pessoas que viveram na época indicam, no entanto, que a passagem dos cangaceiros ocorreu de forma “tranquila”. Eles se fizeram presentes na feira do município e o capitão Virgulino assistiu à morte de um bode, deu esmolas, agradou a crianças e conversou com alguns glorienses. Dirigiu-se à Intendência (atual prefeitura) e teve suas reivindicações atendidas por João Francisco de Souza: dinheiro, almoço e animais de montaria.
Enquanto Lampião agia, na cadeia do município ficaram presos o sargento Alfredo e os soldados Osório, João e Zé Rodrigues.
Antiga delegacia de polícia, provavelmente na década de 1930.
Em resumo, o dia 20 de abril de 1929 marca a
passagem do bando de Lampião e da volante de Zé Rufino pela feira de
Nossa Senhora da Glória, o que provocou uma onda de pânico na população que temia saques e
derramamento de sangue. No entanto, a passagem de Lampião e dos
cangaceiros pela localidade ocorreu de forma “tranquila”, uma vez que em
Nossa Senhora da Glória, o capitão Virgulino agiu de forma diferente,
contrariando a expectativa da população local, que temia uma passagem
violenta.
Referências
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. XXIV Volume. IBGE, 1959, p. 383.
SANTOS, Airles Almeida dos. Um pouco mais do histórico de Nossa Senhora da Glória-Se. Disponível em: http://histse.blogspot.com/search?updated-max=2020-11-27T10:19:00-08:00&max-results=7&start=7&by-date=false. Acesso em: 26/09/2021.
SOBRINHO, Antonio Correia. Em N. S. da Glória, SE Dona Nair viu Lampião. Disponível em: http://lampiaoaceso.blogspot.com/2019/12/em-n-s-da-gloria-se.html. Acesso em: 26/09/2021.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns, professora pelo resgate da história da sua cidade.
ResponderExcluirA BONIS BONA DISCE.
Muito obrigada por sempre acompanhar as postagens e dar suas contribuições.
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