segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Nossa Senhora da Glória: “Boca da Mata, Boca do Sertão”

  Texto e imagem extraídos de Revista Perfil. Ano 14; no 7. Setembro de 2011, pp. 14-15.

 

“A grande extensão de terras do baixo São Francisco, de Brejo Grande à Canindé, ladeada por localidades ribeirinhas importantes, como Neópolis (antiga Vila Nova), Propriá, Gararu e Porto da Folha, demorou a incorporar outras áreas, como as do semiárido. O gado e as lavouras representaram, sempre, o esforço de sobrevivência da população, afetada drasticamente pelo clima, nas longas estiagem que frustram as plantações, atinge o criatório e exacerba o problema da água. A paisagem sergipana, no sertão sanfranciscano, como no semiárido, faz da natureza uma madrasta, o que impõe um esforço resignado de sobrevivência .

A presença holandesa ao longo do São Francisco fez criar uma mística de currais de gado, espalhados pela região, caracterizando um perfil para a vida econômica daquele pedaço sertanejo do rio. Os currais representam nos séculos anteriores ao ciclo do açúcar, o retrato da prosperidade de senhores de terra, de povoamentos ralos, que foram perdendo importância com o andar do tempo.

O nome primitivo de Nossa Senhora da Glória era Boca da Mata, então parte do município de Gararu, crescendo numa velocidade maior do que a média da região. Foi transformada em Distrito, até que no governo de Manoel Correia Dantas, em 1928, (Lei 1014, de 26 de setembro) tornou-se autônomo, como município, construindo seu território com parte de Gararu e parte de Porto da Folha. Nossa Senhora da Glória em 1938, na interventoria de Eroníldes Ferreira de Carvalho (Decreto-Lei  69, de 28 de Março)”. (...)

 

Foto: 2009.

Blog "Nas Garras da História: Conhecendo Nossa Senhora da Glória/SE"

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Conhecendo Glória um pouco mais: entre textos e imagens - Festas, Celebrações e Comemorações

   Por Aírles Almeida dos Santos

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Foto do dia da inauguração do antigo Colégio Glória. Esse colégio foi construído pelo senhor Manuel Cardoso dos Reis, ou Manuel Professor, como se tornou conhecido.

Foto: Blog "Nas Garras da História: Conhecendo Nossa Senhora da Glória/SE"
 
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Tradicional nos festejos juninos, Pau de Sebo colocado na Praça da Igreja Matriz (atual Praça da Bandeira), durante a realização de um casamento caipira - também chamado de casamento do matuto.
Foto: aproximadamente 1984.
 
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Os festejos juninos marcam as maiores comemorações dos nordestinos. Em Nossa Senhora da Glória era (e ainda é) comum a realização dos tradicionais Casamentos Caipiras e outras brincadeira. Foto: Casamento Caipira, 1984. 
 
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O carnaval sempre foi a maior festa popular do Brasil e uma das mais tradicionais de Sergipe. Não seria diferente com Nossa Senhora da Glória, que por volta dos anos 80, realizava seus bailes em clubes - como no antigo Clube Velho, no centro da cidade, ou, com o passar do tempo, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) - esta fundada em 1973. Foto: Baile de Carnaval.

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Mais uma
relíquia da história de Nossa Senhora da Glória. Estamos inclinados a acreditar que se trata de uma das mais importantes festas da cidade: a da Padroeira. Acreditamos que a imagem expressa procissão com a candidata a rainha escolhida.

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Diferentemente de outras regiões do Nordeste onde prevaleceu a produção da cana de açúcar, a capitania de Sergipe del´Rey destacou-se pela criação de gado, ou como diria o historiador Felisbelo Freire, “antes do sergipano ser lavrador, foi pastor”. Foi a criação de gado que possibilitou o povoamento das terras do sertão onde se encontra localizada Nossa Senhora da Glória. 
Foto: Casamento Caipira (casamento do matuto) que expressa muito bem o modo de vida do sertanejo criador de gado e a relação com o seu meio, o sertão.
 
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Pregação evangélica. Muito provavelmente trata-se de um pastor da Igreja Batista, construída pelo Pastorado de Nelson Bonaparte, em 1957.
 
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Trio Pé de Serra nos festejos juninos comemorados na praça da Igreja Matriz (atual Praça da Bandeira), em 1984.

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Apresentação de Banda de Pífano em festa da cidade. Foto: década de 1980.
 
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A chegada da santa que dá nome a cidade de Nossa Senhora da Glória deu origem a duas festas populares que são realizadas até hoje: a Festa de Santos Reis (06/01/1905) e a Festa da Padroeira (15/08/1906), que marca a chegada da imagem ao povoado.

Foto: Procissão da Padroeira Nossa Senhora da Glória, tradicionalmente realizada no décimo quinto dia de Agosto. É retratado o momento da chegada da imagem na Praça da Igreja em carro decorado, provavelmente em 1985.

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O ponto alto da Festa da Padroeira Nossa Senhora da Glória (15/08/1906) é a abertura dos “cofres” das candidatas a Rainha e Princesa da festa. A vencedora seria aquela que arrecadasse mais fundos para a paróquia do município. Até hoje, o concurso segue as mesmas regras, a diferença é que o título de Princesa foi substituído pelo de Boneca. 

Foto: Candidatas do concurso, em 1985.

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Coroação da Princesa e da Rainha na festa da Padroeira em Nossa Senhora da Glória/SE. Essa festa teve início em 15/08/1906 ainda na antiga capela do povoado  Boca da Mata, cuja construção se deu em 1904. Foto sem data identificada.

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Essa é uma verdadeira relíquia que sobreviveu a passagem do tempo. Trata-se de uma faixa usada pelos membros da Cruzada Eucarística, fundada em 1950 na cidade de Nossa Senhora da Glória. Esse item pertence a senhora Maria Lúcia Barreto (conhecida como Lúcia da igreja), que o guarda desde os 10 anos de idade - quando o utilizava. Hoje ela tem 72.


 
Fotografia de Maria Lúcia Barreto, quando mais jovem. 

Foto cedida por Weglly Barreto, seu filho.

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Referências

SANTOS, Airles Almeida dos. De "Boca da Mata" à Nossa Senhora da Glória: aspectos históricos e geográficos. Disponível em: http:http://histse.blogspot.com/2021/02/de-boca-da-mata-nossa-senhora-da-gloria.html. Acesso em: 27 de novembro de 2021.

SANTOS, Airles Almeida dos. Um pouco mais do histórico de Nossa Senhora da Glória-SE. Disponível em: http://histse.blogspot.com/search?updated-max=2020-11-27T10:19:00-08:00&max-results=7. Acesso em: 27 de novembro de 2020.


SANTOS, Airles Almeida dos. Querelas sobre o processo de ocupação de Nossa Senhora da Glória/Sergipe. Disponível em: http://histse.blogspot.com/2014/04/. Acesso em: 27 de novembro de 2020.

SANTOS, Airles Almeida dos. “Do gibão à Batina”: a ocupação de Nossa Senhora da Glória e o papel da Igreja para o desenvolvimento de “Boca da Mata” (fins do século XVIII ao início do século XX) – versão completa. Disponível em: http://histse.blogspot.com/2013/.
Acesso em: 27 de novembro de 2020.
 
Imagens

Acervo de Airles Almeida dos Santos.

Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. XXIV Volume. IBGE, 1959.